Cenário da música entre Brasil e EUA?

Você sabe quais são as diferenças entre a indústria musical americana e a brasileira? Ainda não? Neste artigo, conversamos com Roberto Sallaberry, que possui ampla experiência nesta área. 

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Conheça o convidado 

Também conhecido como Beto, ele é baterista, compositor e produtor musical. Durante o ensino médio, Sallaberry aprendeu a tocar flauta e muito sobre teoria musical. No ano de 1978, com apenas dezessete anos, começou a tocar bateria.  Ao longo dos anos, Sallaberry tocou em várias bandas de rock e pop.

Em 1983 Sallaberry, Dalam Junior (baixista) e Jornal do Cambuci promoveram o festival de música Praça do Rock, no parque público de Aclimação, em São Paulo. Em 1988 Sallaberry publicou a primeira revista brasileira de bateria (ECO), incluindo entrevistas com Tony Willians, Gerry Brown e Max Roach. 

Em 2014 Sallaberry mudou-se para os Estados Unidos, onde produz suas músicas em seu estúdio caseiro – Big Orange Studios. Em 2020 foi lançado o aplicativo Play-along Sallaberry Experience, incluindo 5 músicas, disponível gratuitamente no Google Play e App Store.  No mesmo ano, a loja de baterias Sallaberry e Batera Clube promoveu o primeiro concurso de bateristas online – Play!  LiveExperience -, e foi um grande sucesso no Brasil.  No mesmo ano, Sallaberry lança dois livros: Endorsement and Practical Manual of Musical Production – terceira edição -, ambos disponíveis no Kindle da Amazon.

Qual a relação dos americanos com a música? 

O produtor musical começa dizendo que, por se tratarem de países continentais, qualquer generalização entre os Estados Unidos e o Brasil é uma atitude falha. Mas ainda assim, pode-se dizer que a música possui um caráter mais social e cultural para os americanos – algo que advém da cultura inglesa. 

Além do mais, o cenário norte-americano trabalha com maior afinco o desenvolvimento da arte dos estudantes, por exemplo. Ele lembra que a sua filha participou de aulas de canto no primeiro ano do ensino fundamental. Mas que não se tratavam de aulas de canto superficiais, sem critérios ou responsabilidades. 

Eram realmente de alta qualidade. Após algum tempo de treino, o aluno tinha a opção de se enveredar para o aprendizado de outros instrumentos mais específicos, como violino, piano, dentre outros. Até mesmo competições entre equipes faziam parte do universo musical na escola.

Como você se adaptou à produção musical americana sendo estrangeiro? 

Roberto disse que não foi fácil. Até mesmo para se mudar de país, ele teve de fazer muitos planos, ter muita organização, fazer pesquisas e encontrar as melhores alternativas e os melhores lugares para morar.

Fora essa particularidade, ele diz que o mercado americano é realmente muito criterioso. Você tem de cumprir horários, realizar as demandas como elas são pedidas e mostrar o máximo de profissionalismo. Esse seria o jeito americano de ser no que concerne ao trabalho.

Por ser imigrante e embora possuísse músicas autorais, o carro-chefe do seu trabalho realizado nos Estados Unidos era de músicas americanas. Ainda frisa que os americanos investem muito em música, porém nas que são produzidas pelos próprios americanos e somente, depois, investem nos produtos estrangeiros.

Os americanos ainda compram CDs?

Roberto explica que nos Estados Unidos ainda é muito comum a venda de CDs físicos nas lojas, sobretudo em cidades como Los Angeles. Um dos seus CDs lançados em 2020, por exemplo, produzido em conjunto com uma gravadora do Japão – segundo maior mercado musical do mundo – só podia ser comprado fisicamente no Japão ou nos Estados Unidos, já que o contrato vetava a disponibilidade do produto no streaming e em outros meios.

Ele também lembra que já há algum tempo que o vinil voltou a ser um produto comprado pelos americanos. Segundo a Associação Americana da Indústria de Gravadoras (RIAA, na sigla em inglês), o atual consumo de vinis ultrapassou em números os de CDs, pela primeira vez na indústria desde os anos 1980.

Gostou de conhecer as diferenças entre o cenário musical americano e brasileiro? Esperamos que você tenha gostado do conteúdo. Entre agora em contato com a Younik. E não se esqueça: empreenda, invista e mude sua vida!

Conteúdo por Fernando Vitolo

Matéria escrita: Carlos Augusto Júnior