Como fazer um jogo de tabuleiro?

Como funciona a criação de um jogo de tabuleiro? Como realizar os testes? Pensando em sanar algumas dessas dúvidas, hoje vamos conversar com Paulo Santoro, que é dramaturgo, escritor e criador de jogos de tabuleiro. Confira! 

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Sobre o convidado! 

Paulo Santoro é um escritor, dramaturgo e criador de jogos brasileiros. Estreou no teatro com a obra O canto de Gregório, sob direção de Antunes Filho. Seu primeiro romance é A vida longa dos vermes. Dentre suas obras no teatro, podemos destacar O canto de Gregório (2004), Carina está viva (2007), A mulher que ri (2008), Plínio contra as estrelas (2012) e O teste de Turing (2016). 

Os seus Jogos de Tabuleiro são o Deterrence (2012) e Deterrence 2×62 (2016).

Como surgiu o seu interesse em criar jogos?

Paulo conta que desde criança costumava jogar jogos de tabuleiro. Na década de 80, por exemplo, ele teve a ideia de criar um jogo próprio baseado em um material que leu sobre a Guerra Fria. No contexto da história, ele observava que, quando os tratados para evitar uma guerra nuclear foram estabelecidos, as preocupações dos governos estavam diretamente voltadas para os antimísseis, e não para os mísseis, como é de se presumir.

Mas, por que essa era a grande preocupação? Isso acontecia porque os antimísseis eram considerados perigosos. Isto é, um dos lados que estivesse com antimísseis, estaria muito mais disposto a começar os ataques contra o grupo desprevenido.

Então, baseado nessa ideia, ele pensou em criar um jogo que aliaria os dois elementos até que, em determinado momento da disputa, algum dos grupos teria a superioridade garantida e estaria preparado para qualquer retaliação.

Qual o processo de construção dos jogos? 

Santoro explica que a criação de um jogo perpassa por muita leitura. Além disso, sua carreira de dramaturgo e escritor contribuiu enormemente para o seu processo criativo. No caso do jogo, ele aconselha que o desenvolvedor conheça o mais possível que puder sobre os jogos modernos.

Enquanto em outros países do mundo os jogos modernos já eram uma realidade muito antiga, no Brasil essa novidade acabou chegando com atraso. Então, no contexto brasileiro, é muito importante que sejam frequentados eventos e exposição de novos jogos, para que os criadores tenham ideias originais e que atraiam o mercado, sobretudo de editoras de jogos.

Paulo conta que muitos criadores acabam enviando jogos que já são muito parecidos com os modelos já fabricados pelas editoras. Isso de algum modo não interessa muito para o mercado, já que o conteúdo se baseia em uma ideia já concebida, e não em uma novidade.

Para ele, conforme você vai vendo como o mercado funciona e quais são os recursos disponíveis, você mesmo vai criando suas próprias ideias e desenvolvendo seus próprios jogos ao longo do tempo.

Como ocorrem os testes? 

No início, o que existe é algo bem básico, parecido com o rascunho que delineia as ideias iniciais do produto. E então, o teste consiste muitas vezes em jogar consigo próprio e, caso funcione, você pode ampliar os testes até chegar ao protótipo que será testado com outras pessoas. Para Paulo, uma boa métrica é avaliar a experiência do usuário e, também, outros elementos como:

  • As regras do jogo
  • A Criatividade 
  • A observação das falhas
  • As correções 
  • A avaliação de aspectos, como diversão
  • A criação de relatórios
  • As impressões dos jogadores

Ele também lembra que, hoje em dia, já existem sites para testes de jogos de tabuleiro que podem ser facilmente encontrados na internet. Muitos deles funcionam a partir de um link que você manda para outro usuário, que consegue simular o ambiente do jogo.

Curtiu o assunto de hoje? Por isso, esperamos que você tenha gostado do conteúdo e, não perca tempo, entre logo em contato com a Younik e conheça também os nossos trabalhos. Não se esqueça: empreenda, invista e mude sua vida!

Conteúdo por Fernando Vitolo.          

Matéria escrita: Carlos Augusto Júnior