Como gravar música a distância?

Como está a produção de músicas durante a pandemia? Como cantores, artistas e produtores estão lidando com essa nova realidade? Para responder a essas dúvidas, conversamos com o produtor musical Thiago Lima, diretamente do Canadá. 

Sobre o convidado

Thiago Lima é produtor musical, músico, engenheiro de áudio e produtor audiovisual. Hoje possui a sua própria produtora de áudio e vídeo e entende como um casamento perfeito: um trabalho transparente e dinâmico, sempre com feedbacks positivos de seus clientes. Segundo Thiago, a Younik tem contribuído muito para a visibilidade e qualidade dos serviços prestados pela sua produtora. 

O processo para gravar uma música hoje em dia é o mesmo de antigamente?

Com o avanço tecnológico, produzir uma música em casa tornou-se uma atividade possível. Thiago lembra que, com a ajuda de aplicativos de vídeo ou áudio, podemos gravar sons a partir dos nossos próprios aparelhos, dando foco individual a cada instrumento que comporá a música. É importante dizer também que alguns dispositivos existentes hoje já apresentam excelentes qualidade de vídeo e áudio, o que contribui na qualidade do produto final. 

Basicamente não é diferente do que é feito hoje dentro do estúdio, porque há muitos anos a gente não tem o costume de gravar com a banda completa. A gente grava cada instrumento por vez. Com a ajuda da tecnologia, cada um pode fazer isso em casa. Antigamente, existia uma limitação de tecnologias para gravar separado.” 

Qual o processo de produção de músicas a distância?

Thiago orienta que o primeiro passo a seguir é definir o tempo da música e que o primeiro instrumento a ser gravado deverá ser o de harmonia, juntamente com uma voz. Não precisa ser necessariamente a voz final, mas uma “voz guia”. Isso porque quem for gravar a voz definitivamente já saberá cada detalhe da música: refrão, versos e demais.  

‘‘Então, no meu caso, eu gravaria um violão com a minha voz. Depois, envio ao Marcelo, o baterista. Em seguida, passo para o baixo, para o pianista e, por último, gravamos as vozes definitivas ”

Existem aplicativos digitais para contribuir nesse processo?

O produtor diz que sim. Em alguns momentos da produção, por exemplo, pode ser necessário incrementar algum som digital, nem que seja com a finalidade apenas de guiar os demais integrantes da banda. 

É muito comum ver um tecladista fazer a pré-produção, porque hoje em dia temos os instrumentos virtuais, como a gente chama. Então, o tecladista tem no computador dele o som de tudo: piano e até mesmo uma bateria digital, só para ter uma referência. Ele pode até fazer o baixo e mandar para o restante dos músicos.” 

O processo de pós-produção é muito grande?

Sim, porque o microfone do celular ainda não tem uma captação tão boa como instrumentos mais profissionais. Diferente da câmera, a maioria já tem imagens incríveis. Apesar das redes sociais, não terem uma exigência tão forte de qualidade de áudio e vídeo, a gente precisa fazer a coisa bem feita” 

Thiago frisa justamente a importância da qualidade que uma música, mesmo que seja postada em uma rede social, deve ter. Isso é importante para que as pessoas prestem atenção no seu material e na sua mensagem. 

Quais os trabalhos que você está realizando a distância?

“Eu tenho trabalho de estúdio, com serviços destinados a plataformas de música e também presto serviços a clientes, para quem faço finalizações de produtos para o meio digital. Basicamente, eu tenho trabalho toda a semana de finalização para redes sociais. No meu instagram, é possível acompanhar a rotina dos meus trabalhos.”

Gostou do assunto? Não perca tempo e assista ao vídeo completo, no início deste artigo, para entender mais sobre o mundo da produção musical.

Entrevista por Fernando Vitolo 

Matéria escrita: Carlos Augusto Júnior