Indústria Brasileira Automobilística Presidente – IBAP

Você já ouviu falar na IBAP? Ela é conhecida como uma das empresas automobilísticas brasileiras de maior renome do Brasil. Mas anos após o memorável sucesso, a empresa foi processada por fraudes e teve que fechar suas portas.

Quer descobrir um pouco mais sobre a IBAP? Então, confira esse artigo do Neh Podcast, o melhor podcast sobre negócios e empreendimentos do país. O conteúdo está realmente imperdível. Boa leitura! 

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Como citamos no início do artigo, a IBAP é uma das empresas automobilísticas que fez sucesso no Brasil durante os anos 60 – um período marcado pela expansão de automóveis e indústrias de carros no país. 

É nesse contexto de transformações que surge a Indústria Brasileira de Automóveis Presidente, mais conhecida pela sua sigla IBAP. Fundada no ano de 1963, pelo empreendedor e designer automotivo Nelson Fernandes, a empresa teve início em São Bernardo do Campo, no estado de São Paulo.

Qual a história da IBAP?

No começo de sua história, a IBAP contava apenas com 120 funcionários. Cada membro da empresa tinha um número extenso de benefícios – o que a tornava uma das cooperações de destaque no mercado, devido à valorização do seu quadro de funcionários. Esses eram alguns dos benefícios dos colaboradores:

• título de propriedade da IBAP
• participação na diretoria
• desconto na compra do carro 
• preferência para se tornarem revendedores

Quem foi Nelson Fernandes e qual era o seu maior sonho?

Nelson Fernandes é considerado o Preston Tucker brasileiro. Para quem não sabe, Tucker foi reconhecido como um dos maiores industriais e designers automotivos  dos Estados Unidos. Falar de Tucker é lembrar que um de seus maiores legados tratou-se da introdução de conceitos e equipamentos no mercado automobilístico, utilizados nos carros até os dias de hoje.

Com Fernandes, a história da sua vida não foi diferente. O empresário nasceu no dia 24 de fevereiro de 1931 e faleceu recentemente, em 2020. Seu maior sonho era produzir o primeiro automóvel 100% brasileiro e vendê-lo em larga escala. Foi com esse objetivo em mente que Fernandes fundou a IBAP. 

Sem ideias modestas 

Fernandes era alguém que sonhava grande. Um dos seus grandes objetivos era lançar pelo três modelos de carro até o ano de 1968 (um modelo urbano, outro utilitário e um de luxo). 

Além disso, ele também sonhava em construir uma fábrica que produzisse 350 veículos por dia – algo talvez inimaginável para a época. Somente a Volkswagen era uma das automobilísticas a realizar esse feito diário. Porém, sua estrutura era completamente diferente e bem mais arrojada.

Quais foram os carros produzidos pela IBAP?

O Democrata foi o primeiro e único automóvel desenvolvido pela IBAP. Ele possuía modelos tanto de duas quanto de quatro portas. A carroceria do veículo era de plástico reforçado com fibra de vidro e motor italiano.

Vale lembrar que o motor italiano, neste caso, era o único componente não nacional, fornecido pela empresa italiana Procosautom. O modelo da IBAP também apresentava cabeçotes de fluxo cruzado confeccionados em alumínio. 

Uma curiosidade é que durante a formulação do projeto, ele foi duramente atacado pela revista “Quatro Rodas”. No material  constava o seguinte: supunha que existia um forte lobby das montadoras instaladas no país junto ao governo militar. Foi assim que o sonho de Fernandes foi destruído e a IBAP também faliu conjuntamente.

Por que a IBAP foi processada?

Como iniciamos esse artigo, em 1965 a IBAP foi processada por fraude, sendo alvo de uma CPI. A razão era que suas ações foram vendidas naquele tempo por uma empresa de razão social chamada N.Fernandes. Infelizmente, era o mesmo nome utilizado por um grupo que comandava a Vemag.

De acordo com os arquivos finais da CPI, o Democrata da IBAP deveria custar três vezes do que era proposto pela empresa. Além disso, mais tarde, um lote de peças vindo da Itália também foi barrado. A justificativa da Receita Federal era de que se tratava de um contrabando de produtos. 

Até que em 1968 a IBAP encerrou suas atividades. Antes mesmo de começar a produzir o primeiro automóvel projetado totalmente no Brasil. Além de tudo isso, o patrimônio da empresa ainda foi bloqueado pela justiça.

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Conteúdo por Fernando Vitolo e Heródoto Barbeiro           

Matéria escrita: Carlos Augusto Júnior