MAPPIN
Mappin, venha correndo Mappin, chegou à hora Mappin é a liquidação… Você lembra do Mappin neh?
Hoje vamos relembrar essa empresa que foi muito importante para o mercado brasileiro! Mas, antes não esqueça de assitir também ao vídeo abaixo e se inscrever no canal Fernando Vitolo no YouTube, para ficar sempre atualizado e não se esqueça de acompanhar os novos conteúdos, semanalmente.
Mappin
O Mappin completaria um século em São Paulo no ano de 2013, se não tivesse encerrado as operações em 1999.
A história do Mappin começa na Inglaterra, no século 18, quando duas tradicionais famílias de comerciantes da cidade de Sheffield – uma cidade que produzia muitos artigos em metal, como garfos, facas e etc – inauguraram uma loja bastante sofisticada para a época. A loja seguiu crescendo e posteriormente mudou-se para Londres, de onde iniciariam sua expansão ultramarina, chegando a Buenos Aires logo nos primeiros anos do século 20.
Curiosidade: na época, Buenos Aires era considerada a capital da América do Sul, pois Argentina era um país bem desenvolvido para a época.
No final do ano de 1913, uma loja sofisticada e única surgia em São Paulo. Os irmãos Walter e Hebert Mappin inauguram, na Rua 15 de Novembro, a loja brasileira da Mappin Stores, que chegava para concorrer de frente com a tradicional Casa Allemã (grafia da época), fundada no século 19 e que estava localizada na Rua Direita.
Quando inaugurado o Mappin era um espaço bastante refinado e em sua loja era vendido somente produtos de origem importada, além de serviços como barbearia e salão de chá, que logo tornou-se o principal espaço paulistano de “chá das cinco” (five o’clock tea como gostavam de chamar).
Curiosidade: as lojas de departamento são frutos da revolução industrial e se desenvolveram em países industrializados. Cresceram bastante nos Estados Unidos – o núcleo do capitalismo. Mas, não tinha revolução industrial no Brasil, então a forma da loja teria que ser diferente aqui. Então existiu o Mappin antes da revolução industrial brasileira – que só acontece após o governo de Getúlio Vargas – onde era voltado mais a elite e o Mappin após a revolução industrial, onde passa a se tornar uma loja de departamento.
Em 1929 vem a crise, que já falamos em vários episódios aqui do podcast, e esfria a economia do mundo todo. A crise chega no mercado de café e automaticamente afeta o Mappin que viu sua clientela de elite reduzir consideravelmente. Para adaptar-se a nova realidade econômica, o Mappin inovou mais uma vez sendo o pioneiro a introduzir etiquetas de preços nas vitrines, atraindo consumidores de camadas mais baixas. Com isso chegaria outra novidade na loja: o crediário.
Na década de 40, o Mappin começaria a sentir o peso da aceleração da economia brasileira que atraia novos concorrentes. A rede passou a ter dificuldades e foi vendida, passando a ser controlada pelo empresário do ramo do café Alberto Alves Filho. O novo administrador promoveria uma série de mudanças na operação da empresa, como a substituição dos produtos importados pelos nacionais, novas políticas de crediário e de funcionamento da empresa e a mudança da razão social, que a partir de então passou a ser Casa Anglo-Brasileira S/A.
O empresário Alberto Alves Filho seguiu inovando a frente do Mappin, deixando a empresa cada vez mais popular e conhecida e, em 1972, abriu o capital da empresa. Ele seguiria no comando do Mappin até falecer em 1982. Mesmo com o falecimento do empresário o Mappin não parava de crescer.
Em 1983 foi considerada a empresa do ano e em 1984 uma pesquisa realizada pelo Instituto Gallup apontou que 97% dos paulistanos conheciam a empresa e que 67% deles já haviam comprado em alguma de suas lojas. A expansão seguiria adquirindo concorrentes, em 1991 o Mappin comprou 5 lojas da Sears e foi, talvez, a partir deste momento que o grupo começou a ficar muito maior do que deveria.
Em 1995 o Mappin anunciou o maior prejuízo de sua história, em quase 20 milhões de reais. Em 1996 Mansur compra o Mappin por 25 milhões de reais, e promete novo fôlego para a empresa. Uma de suas ideias era transformar o Mappin em uma rede de franquias e abrir pelo menos 40 novas lojas espalhadas pelo Brasil. Entretanto nenhuma das ideias deu certo o que levou a rede em 1999 a acumular 300 pedidos de falência na praça, além de uma dívida de 1.2 bilhão de reais.
A comunicação do Mappin
O Mappin, entendendo as mudanças da época, investiu muito em televisão. Existia um noticiário do Mappin, e sua publicidade foi muito forte nesse veículo de comunicação. A propaganda do Mappin era chefiada por um jornalista, o Fernando Vieira de Mello, que está citado no livro: 100 anos de rádio no Brasil, escrito por Heródoto Barbeiro, Fernando Vitolo e Nilo Frateschi. Para mais informações sobre o livro você pode clicar aqui.
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Conteúdo por Fernando Vitolo e Heródoto Barbeiro
Matéria escrita: Annelise Costa Oliveira Gonzalis