O que é inovação?

Você sabe o que significa inovar? Como ser inovador? Quais os caminhos para não ficar estagnado? Para responder a essas perguntas, hoje conversaremos com Thiago Cunha, que é Gestor de Inovação do Sebrae no Inovabra Habitat. 

Sobre o convidado

Thiago Cunha é empreendedor e apaixonado por empreendedorismo, mestrando em inovação, formado em Administração de Empresas, PMP, pós-graduado em Gestão de Negócios. Atualmente é Gestor de Inovação no SEBRAE, com atuação no Inovabra Habitat, ecossistema de coinovação do Bradesco. 

Atuou como consultor empresarial nas empresas: Aba Invest Consultoria Imobiliária Ltda, Visan Serviços Técnicos Ltda e ELETRONORTE, atuando no gerenciamento de projetos e no planejamento estratégico. Gerenciou projetos no SEBRAE/DF vinculados a Unidade de Indústria, nos segmentos de madeira e móveis, alimentação e serralheria (Projeto de Encadeamento Produtivo entre o SEBRAE e a GERDAU). Também ministrou palestras sobre empreendedorismo e gestão empresarial. 

O que é inovação?

Segundo Thiago, em resumo, inovação significa você colocar dinheiro no bolso. Ou seja, é o modo como você busca gerar mais resultados sociais, econômicos ou ambientais para o seu negócio. A inovação também possibilita fazer sempre mais com menos, sempre utilizando menos recursos. Além disso, também contribui para pensarmos como potencializar os mecanismos, processos e principalmente tecnologia. 

“Então, no final do dia, eu quero saber se o que eu estou fazendo de diferente, de inovador, se isso está efetivamente reverberando dentro do meu bolso e da empresa”. 

A inovação está diretamente ligada à tecnologia?

Algumas pessoas acreditam que a inovação tem uma ligação direta com a tecnologia. Isso é verdade? 

“Este é um mito da inovação. Muita gente confunde tecnologia com softwares, aplicativos, sites, etc., e tecnologia não é isso. Tecnologia é um conjunto de processos e mecanismos que a empresa tem a sua disposição para poder fazer mais e melhor e gerar novos resultados, agregando valor para o cliente. Eu costumo falar que uma caneta e um papel é tecnologia, só que você tem limitações com um papel e uma caneta.”

Qual a melhor tecnologia a ser usada?

A tecnologia está ligada ao interesse do cliente. Não necessariamente será um dispositivo eletrônico. Mas sempre estará ligada à necessidade de quem está contratando o seu serviço. Por isso, Thiago deixa uma dica: olhe primeiro para seu cliente e entenda qual o progresso que ele quer ter.

“A gente tá falando qual a melhor tecnologia, o melhor cenário, na visão do cliente. Ele está querendo um papel e uma caneta ou um aplicativo? A gente tem sempre que colocar o chapéu do cliente e entender, na visão dele, o que agrega mais valor. Muitas vezes, partimos do pressuposto que ele quer a melhor tecnologia e muitas vezes ele até desconhece as tecnologias. Muita gente fala deste mundo vuca, volátil, incerto, ambíguo e complexo. Tem gente que ainda não está antenada ou ainda não está pronta para utilizar determinadas tecnologias.”

A empresa está preparada para atender qual cliente? 

A gente sempre deve se perguntar: a nossa empresa está preparada para atender qual tipo de cliente? O cliente-sócio, os patrocinadores ou aquele paga a conta? 

“E o cliente é o melhor e o mais efetivo consultor de sua empresa. Você precisa saber utilizar muito bem ele. Quantas interações você faz no dia com seus clientes? Você está sabendo fazer boas perguntas para o seu cliente, para entender efetivamente qual o progresso que ele quer ter com seu produto, com seu serviço?” 

Como citado por Thiago, um grande erro muito cometido pelas empresas é colocar o cliente como responsável pela inovação da empresa. Na verdade, nunca se deve perguntar para o cliente o que ele quer como inovação. O cliente conhece o progresso, mas muitas vezes ele nem sabe quais tecnologias estão à disposição. Quem, de fato, sabe isso são os inovadores.

Quais os passos para inovar? 

1º) É a colaboração que você, juntamente com sua equipe, consegue fazer e identificar possíveis processos e cenários dentro da sua empresa e capacidade para inovar. O primeiro ponto é esse momento do descobrimento: de você se entender como empresa e as suas potencialidades;

2º) É descobrir em que eu vou inovar. Numa matriz de 3 passos, o primeiro é eu colocar novamente o chapéu do cliente e pensar quais são os problemas que eu enfrento, como cliente da minha empresa atualmente. Em seguida, faço uma lista daqueles principais problemas. Depois eu jogo esses mesmos problemas para uma outra matriz: qual desses problemas que eu listei tem um maior mercado, tem maior abrangência. Então, só a partir disso, eu vou tentar entender esses problemas: aquele que tem o maior nível de estresse, que incomoda bastante o cliente. E é esse que eu vou resolver;

3º) Como é que eu consigo prototipar isso? Fazer um mínimo produto viável? Minimamente, eu vou tentar construir algo que consiga atender a essa demanda, problema ou necessidade. Fazer isso o mais rápido possível, com o menor custo, pra gente errar gastando menos dinheiro, tempo e recurso;

4º) Agora é o momento da criação de um modelo de negócio dessa inovação: quais são os meus modelos de receita, os meus canais de distribuição, a minha proposta de valor, os meus clientes. Em seguida, vamos seguir para um plano de ação que é efetivamente o que eu vou ter que construir. Só assim a gente vai criar a solução definitiva. Para fazer essa solução eu preciso de um plano, o plano de implementação. Quem é que vai fazer? Quanto que vai custar? Qual o prazo de cada uma dessas coisas? Então, a gente tem um processo simples, mas sistematizado de como criar um processo de inovação. 

Gostou da nossa conversa de hoje? Achou o assunto interessante? Então não perca tempo e assista ao vídeo completo, no início deste artigo, para ter acesso à entrevista completa. E não se esqueça: Empreenda, invista e mude a sua vida. 

Entrevista por Fernando Vitolo 

Matéria escrita: Carlos Augusto Júnior