O que é preciso para ser um ilustrador?

Como me tornar um ilustrador? Quais conhecimentos devo ter? O que preciso estudar? Como desenhar bem?  Pensando em sanar algumas dessas dúvidas, hoje vamos conversar com Maurício Brancalion, que é cartunista, designer e artista plástico. 

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Sobre o convidado! 

Maurício Brancalion é profissional atuante na indústria da Educação, Comunicação e Entretenimento. Também é desenhista 2D e 3D (Criação de Assets digitais para quadrinhos, animação e games), Diagramador Digital (Html5, Epub e KPF)  UI/UX, Designer  de Gerenciamento de projetos digitais para distribuição na Web e Stores (Sites, Ebooks, Audiobooks, Podcast, Singles e Albuns, Filmes e Séries e Apps).

Mauricio Brancalion (branca!) é Cartunista, Designer, Artista Plástico e Músico. Nasceu em São Paulo -SP. Cursou Artes Visuais na Unesp – SP. Criador do Fanzine Sagu e da personagem Racolta a pulga Breaca e outros.

Como você começou a sua carreira?

Maurício conta que desde pequeno ele se interessou pelo mundo das artes visuais e, aos 10 anos, começou a desenhar e ver os principais cartunistas brasileiros e internacionais.

Durante a sua carreira, ele deu aula de desenho por 7 anos e lecionou design para um público que engloba crianças e até mesmo pessoas mais idosas. Em suas abordagens didáticas, ele sempre buscou explicar o conceito de “tolhimento externo” e “tolhimento interno”. 

Com tolhimento externo, ele queria explicar como as nossas produções artísticas são comparadas com as de outras pessoas. Um bom exemplo é quando no ensino infantil uma professora colocava todos os desenhos dos seus alunos expostos na parede e os qualificava, comparando-os e determinando quais seriam os melhores desenhos. 

Já com tolhimento interno – que se aproxima muito da ideia de autojulgamento – busca mostrar para os alunos que o desenho é um exercício contínuo e que faz parte do processo de construção do artista. Muitas pessoas que se criticam, por vezes, pararam no tempo e não se permitiram excitar.

O que é preciso para ser um ilustrador? 

“Eu penso em dois caminhos: o primeiro é intrínseco ao ofício mesmo. Ou seja, você não vai conseguir fugir de assuntos básicos. Você vai ter que estudar sobre composição, teoria das cores… Mas você terá também que estar atento, como em todas profissões atualmente, nessa transformação que está ocorrendo”.

Para Maurício, a ilustração também foi impactada com a revolução digital. Antigamente, tudo era analógico. Os desenhos necessitavam de papel, lápis, tinta e outras ferramentas. Já na atualidade, existem diversas formas e técnicas que podem ser utilizadas no meio digital para ilustração.

Ele ainda recomenda que os novos artistas também conheçam o clássico das artes visuais, ao mesmo tempo em que descobrem o que há de novo no ambiente digital. E a ideia central de Maurício é que eles não se prendam a nenhum dos dois formatos, mas encontre neles diferentes abordagens de atuação.

“Ditadura do estilo”

Para o ilustrador, a internet possibilitou um mundo de oportunidades para os profissionais. No entanto, antigamente, havia um processo de concepção mental de ilustração que era muito criterioso.

Já o que se observa hoje, ainda mais nas redes sociais, são os estilos ditadores, que vão definindo o rumo do processo artístico e coibindo a possibilidade de expressão do artista. Para ele, tudo está muito parecido e ninguém quer fazer aquilo que destoa do padrão.

Como indicação, o artista recomenda um podcast sobre ilustração: https://cast.iconic.network/

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Conteúdo por Fernando Vitolo.          

Matéria escrita: Carlos Augusto Júnior