Por que não ensinam empreendedorismo nas escolas e universidades?

Você já teve aulas de empreendedorismo na escola? E de educação financeira? A resposta provavelmente será não, justamente porque essas áreas não estão inseridas no currículo escolar.  

Pensando nesse assunto, hoje conversaremos com o prof. Dr. Roberto Coelho, que nos dará uma ampla visão sobre o porquê de as escolas não oferecerem conteúdos de empreendedorismo aos seus alunos. 

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Sobre o convidado

De acordo com a plataforma Lattes, o professor Roberto Coelho possui graduação em Publicidade pela Fundação Armando Alvares Penteado (1983), mestrado em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1993) e doutorado em História pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1999). 

Atualmente é professor e pesquisador da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, professor pesquisador do CELACC USP, professor de pós-graduação no SENAC, Professor convidado na Faculdade Cásper Líbero e professor da Universidade Paulista.

Coelho tem experiência na área de História, com ênfase em História Moderna e Contemporânea; experiência em teoria da mídia, teoria da cultura, teoria da comunicação. Além disso, ele é professor em pós-graduação em história da arte, marketing e planejamento e desenvolvimento de produtos além de Arte Terapia com ênfase em Yung. Na Pós-graduação do Senac é professor de branding, ferramentas de comunicação institucional, metodologia científica e marketing digital.

Afinal, por que não se ensina empreendedorismo nas escolas e universidades?

Antes de tudo, o professor explica o contexto do processo educacional no mundo. Até o iluminismo, o ser humano adquiriu uma educação mais abrangente, tendo acesso a conhecimentos de arte, filosofia e letras. Após algum tempo, a educação foi sendo cada vez mais especializada e concentrando o indivíduo em uma área muito limitada de atuação e estudo.

Para ele, a falta de conteúdo sobre empreendedorismo nas escolas e universidades é um problema do próprio sistema de ensino. A ideia de especializar cada vez mais os estudantes, impossibilitando a eles uma gama de conhecimentos práticos, faz com que realmente os alunos não busquem por novas ideias e apliquem o que aprenderam em criação criativa. 

A própria ideia de se tornar um empreendedor surge da capacidade de pensar fora da caixa, escolher um próprio caminho no mercado, ter novas ideias e bastante planejamento, utilizado do que a gente já sabe para solucionar ou minimizar os problemas dos nossos clientes. Porém, essa não é a realidade vivenciada nas escolas e nas universidades.

Como o sistema educacional limita a nossa capacidade de criação?

O próprio sistema de atribuição de notas é um fator que deve ser levado em consideração ao se falar do sistema educacional, não só o brasileiro, mas também o sistema de ensino mundial, em sua grande parte. Assim, os alunos acabam sendo classificados por números e preenchimento de formulários pré-existentes, cujo resultado muitas vezes não condiz com a sua inteligência, criatividade, proatividade, dentre outras competências que muitas vezes não são analisadas pela escola, mas são exigidas pelo mercado.

Outra questão muito importante trata-se da ausência de liberdade, para que o aluno teste suas habilidades e as ponha em prática. O próprio significado da palavra “empreendedorismo” está relacionado com a pessoa que esteja disposta a acertar ou a errar, a vencer e a não vencer, mas que sempre assume os riscos, tendo em mente o seu ideal.

Segundo o professor, o percurso educacional é uma boa ideia. Ou seja, é importante que o aluno passe por esses estágios de educação básica, fundamental, média e superior. No entanto, o mesmo sistema não cede a eles as ferramentas capazes de retirá-los da mesmice, isto é, da sua zona de conforto. Como exemplo de pessoas que foram criativas e conseguiram realizar grandes transformações no mundo, o professor cita Steve Jobs e Bill Gates.

Entrar cedo ou tarde na faculdade influencia em algo?

Para Roberto Coelho, esse fato não muda nada, já que o sistema universitário continua o mesmo. Por exemplo, uma pessoa de 17 anos pode ter ideias geniais, enquanto um rapaz de 30 anos pode ser uma pessoa medíocre. O oposto também pode ocorrer.

“Eu acho o seguinte: você tinha que ser formado em um ensino fundamental que habitasse todas as áreas do conhecimento. Então, você iria para o ensino médio, onde teria um aprofundamento desses assuntos. Mas o que acontece é que o ensino médio já te leva para faculdade e você passa três anos se preparando para um outro estágio educacional. Ao todo, você passa muitos anos na educação que poderiam ser condensados em poucos anos, por exemplo”.

Como quebrar esse sistema?

O professor diz que um grande meio para sair desse sistema é utilizando a rede, neste caso, a própria internet. A partir dela, as pessoas que estão fora dos grandes meios e de grandes corporações no mercado acabam se distinguindo pela liberdade em falar sobre o que domina, sem que isso gere tantas despesas.

Ainda para o professor, o sistema não cria inventores ou criadores, mas, sim, um grande número de mão-de-obra e mercado de reserva para o comércio. 

Entendeu por quê o empreendedorismo é um desafio a ser superado nas escolas e universidades? Esperamos que você tenha gostado do conteúdo. Entre agora em contato com a Younik. E não se esqueça: empreenda, invista e mude sua vida!

Conteúdo por Fernando Vitolo

Matéria escrita: Carlos Augusto Júnior